A força da alma

Olga Tokarczuk, escritora polonesa, vencedora do Prêmio Nobel de Literatura de 2019, conta que havia um homem que trabalhava incessantemente, sempre com muita pressa. Tinha inúmeras atividades, mas não achava graça nem sentido em nada. Preso a horários, compromissos, contas a pagar, metas a cumprir, nem via o tempo passar. Uma vida reduzida a números frios e tristes.

 

 
Um dia, tendo perdido a noção de quem era e com a sensação de que não havia nada dentro de si, resolveu buscar apoio de uma médica, idade avançada, tida como uma pessoa muito sábia.

 
Seu problema, disse ela, é o mesmo de muitos que andam sempre apressadas e deixam para trás suas almas. Quando as almas se perdem, as pessoas perdem seu coração, seus sentimentos e o prazer de viver.
Diante do diagnóstico entrou em estado de choque e logo quis saber como poderia recuperar sua alma. A receita era simples, sentar-se num lugar agradável, esquecer a correria e esperar, com paciência, sua alma chegar. 


Enquanto o tempo passava, foi correndo em sua mente o filme de sua vida, lembranças de infância, antigos colegas de aula, o primeiro mão com mão, o primeiro beijo, a vida se renovando em cada nova cena.
Muito tempo passou, até que numa tarde, sozinho na casa que escolheu no meio de um campo florido, ouviu batidas à porta. Era sua alma perdida, cansada, machucada, quase desfalecida. 


A alma não se reconheceu naquele rosto velho e desfigurado que estava à sua frente, e o homem não se identificou naquele rosto de menino, que custou a lembrar ser o seu. Enterrou seus bens materiais, e deles nasceram belas flores coloridas e abóboras deliciosas com as quais alimentou o corpo e a alma em todos os invernos que se seguiram.

 
Sempre haverá dias de sol e de chuva, de alegria e de tristeza, mas se não perdermos a alma não perderemos o sentido da vida, teremos mais serenidade e força para vencer todas as dificuldades. Agora e depois.


Todos por todos

Lançamento da campanha pela reconstrução da região central do Estado é mais uma iniciativa com o tamanho da história e da tradição da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Santa Maria. A Cacism vai desempenhar um papel importante em âmbito local e regional, exercendo um papel que muitas vezes se espera que a cidade cumpra pela sua vocação natural e por sua localização geográfica. Todos por todos, é a palavra de ordem.


Decisão adiada
Aguardada com expectativa a reunião de segunda-feira, dia 20, 14h, no prédio antigo da Reitoria, para decidir sobre a realização ou não da Semana Cultural Italiana de Vale Vêneto e do Festival Internacional de Inverno da Universidade Federal de Santa Maria. Pelos estragos causados pela chuva, as chances são quase nulas de realização dos eventos no Vale. O que pode ocorrer, como aconteceu nos dois anos da Covid-19, é uma programação reduzida e em locais ainda não definidos.

Corpus Christi

Sobre a tradicional festa de Corpus Christi, dia 30, deverá ser mantida em sua celebração religiosa, com missa, procissão e confecção dos tapetes, mas sem o almoço para grande público, como é costume em Vale Vêneto. A comemoração, instituída pelo Papa Urbano IV, em 1264, teve início a partir das visões recebidas pela freira Juliana de Mont Cornillon, na Bélgica, em que Jesus lhe pedia uma festa litúrgica anual em honra à Sagrada Eucaristia.


Desafio gigante

A nomeação de Paulo Pimenta como autoridade federal para atuar de forma permanente no Rio Grande do Sul enquanto durar a calamidade pública no Estado, será, sem dúvida alguma, o maior desafio de sua história política.   


Com poderes de superministro, como já está sendo considerado, será os olhos, ouvidos e a confiança plena do presidente Lula. O “guardião” do Palácio do Planalto, como o chefe da Nação o chama, vai ampliar sua responsabilidade e seu espaço de atuação.


O lamento do rio

Rios que inspiraram poetas, testemunharam juras de amor, carregaram promessas e oferendas em suas correntezas viraram carrascos de vítimas que não escolheram, misturando suas águas com as lágrimas derramadas pelo choro da dor, do flagelo e da morte dolorosa. Ninguém percebe seu lamento, mas se isso fosse possível talvez se pudesse ouvi-lo dizer: “fui nascente, alimentei muita gente, hoje sou enchente. Meu destino é ser fonte de vida e não de morte. Corri, cresci, me tornei forte, mas também perdi meu leito, minha alegria, minha paz. O homem não aprendeu como é que se faz. Cachoeiras e águas corredeiras deram o sinal. As nuvens escreveram mensagens no céu, que se perderam ao léu. Nem da chuva inclemente posso reclamar, porque não foi ela que quebrou o equilíbrio da natureza, disso tenho certeza. Fumaças poluidoras que intoxicam os ares, lixos que contaminam as vertentes, os lagos, os mares e todos os lugares, precisam ter tratamento diferente, em nome do meio ambiente. A Terra, que também é meu lugar, precisa respirar. Quando a chuva passar e a água baixar, será o momento do grande mutirão, mas, por favor, não joguem a sujeira nos córregos, arroios ou sangas. A reconstrução tem que preservar a vida do planeta de forma plena, no aprendizado da grande lição. Se não for assim, tudo terá sido em vão. Ouçam-me: aos que partiram, peço oração, a todos peço perdão, mas ouçam também a voz de suas consciências e do coração”.

A vida continua, nesta e em outras dimensões!

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